terça-feira, 23 de agosto de 2016

Fechado para reformas

Caros amigos e amigas,
Meu compromisso com o querido blog está comprometido por falta de prioridade. Muitos projetos e foco na família, me obrigam a parar de escrever, ao menos por agora. Blogging requer dedicação, conteúdo relevante, periodicidade. Estes pontos não são possíveis agora.

Agradeço quem leu os posts e conseguiu absorver algo de novo para sua vida profissional.

Um abraço e espero apagar este post brevemente para voltar a escrever.

Obrigado
Roberto Bricio

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Redes sociais - construção de reputação de longo prazo.



Os resultados nas eleições para a presidência de Portugal, parecem não ser mais assunto. Mas para quem observou as estratégias e abordagens de cada candidato, principalmente através dos canais digitais, pôde observar uma corrida contra o tempo para conquistar o eleitorado, em campanhas marcadas pela falta de verba, mas também pela falta de foco.

É por isso que vale a reflexão sobre estes acontecimentos, pois podem também ser aplicados no mundo corporativo. A relação que as pessoas têm ou podem vir a ter com marcas e personalidades nos canais digitais requer a construção de "personalidade" e de reputação. E no caso dos candidatos ganhou quem mostrou ter mais de ambos.

Para quem não acompanhou, segue abaixo um resumo da trajetória digital do novo Presidente.

Marcelo Rebelo de Souza não venceu pela sua impecável estratégia nas redes sociais, espelhada em casos de sucesso à lá Barack Obama. Não venceu pela gorda verba de campanha. Pelo contrário: praticamente nada investiu. Seu website não tinha literalmente nenhum conteúdo. Se muito, um link para a página do Facebook. Sua pauta de conteúdo no Facebook era diário de bordo, ou seja, um apanhado daquilo que fez, disse e disseram sobre ele.

MonitorEleitoral.pt
Fora do seu canal social, sua influência nas redes sociais nunca foi a melhor. Através do projeto Monitor Eleitoral,  percebe-se que a posição de Marcelo Rebelo de Souza no ranking de candidatos mais influenciadores, e mencionados, nunca foi a de liderança. 

À parte das qualidade do candidato, no âmbito restrito à comunicação, Marcelo venceu não pelo o que fez nos curtos meses de campanha. Marcelo venceu pelos anos na frente de milhares de Portugueses, onde pôde construir sua imagem (reputação) e passar seu carisma (personalidade). Marcelo venceu pela identificação, pela empatia. 

Vale aqui a lição para as marcas que investem nas redes sociais. A construção de uma imagem não faz-se na virada da noite. E neste aspecto, Marcelo Rebelo de Souza  correu o páreo sozinho.

Mas e os outros candidatos?
Os demais candidatos não souberam, ou tentaram com pouco sucesso, criar estratégias bem sucedidas de Presença Digital. 

Com pouca popularidade, pouca verba e pouco tempo para moldar a opinião pública, há 3 aspectos que mostram-se fulcrais para o sucesso de uma presença social digital:

1- Separar os eleitores em diferentes nichos.
Eleitores que não conhecem a trajetória, eleitores que vão votar no "oponente", eleitores jovens que não sabem em quem vão votar. Com tanto material e capacidade para traçar estratégias de aproximação com diferentes públicos, a grande parte dos candidatos pareceu considerar o eleitorado como uma grande manada. E é aqui que muitas marcas pecam. O correto é executar um processo de monitorização constante para verificar o contexto pelo qual a marca é mencionada e quais canais digitais s comentários são realizados. Realizar pesquisas e campanhas com o intuito que captar opiniões traz excelentes resultados. Por fim, geral uma pauta semanal de conteúdo que busque tratar de assuntos diversos, de interesse de cada perfil de utilizador.

2- Trabalhar a comunicação de forma heterogênea e multi canal. 

Trazer para os canais digitais a opinião pública. Entrevistar pessoas na rua, com suas dúvidas, e respondê-las online, realizar Hangouts, trabalhar uma comunicação com storytelling. Usar do acervo de áudio, fotos e vídeos para trabalhar melhor cada canal digital. E claro, escolher apenas os canais que com os quais conseguiriam ter condições de manter e gerar conteúdo pertinente. O que se viu na verdade foi uma grande replicação de agendas e fotos/vídeos a esmo e pouco ou quase nenhum tipo de estratégia para canais adjacentes ao Facebook. O resultado disso foi a minguada quantidade de seguidores nos demais canais. Candidatos com menos de 200 seguidores no Twitter,o que não dá nem para realizar um relatório de perfomance do canal. A lição é clara: se não há mão de obra para realizar o trabalho num canal, não faça dele um repositório de mesmices.

3- Gerar base de eleitorado.

De todos os candidatos quase nenhum construiu uma estratégia de geração de base de contatos por e-mail. CRM e Social CRM são  realidades há anos e seria impensável não manter seus seguidores em contato ativo mesmo após as eleições. Numa próxima candidatura, quem pensou nisso não começará do zero e quem fizer direito, manterá contatos periódico com sua base para gerar empatia e passar gradualmente suas ideias e ideais, algo que no curto período de campanha é quase impossível de se realizar. O principal para uma marca é manter a relação com seu público, não importa o canal. Se amanhã o Facebook acaba, a marca ainda têm sua base de seguidores. Por isso, estratégias que interagem com o público nos canais sociais e os trazem para o mundo real, têm muito mais chances conquistarem sua fidelidade e adquirirem resultados.

Quem se interessar sobre o assunto, segue os vídeos de 2 Hangouts que participei sobre o marketing digital nas campanhas à Presidência, mediados pelo Filipe Carrera, Coordenador da Pós-Graduação em Marketing Digital IPAM-IADE, o docente João Miguel Lopes.

Presidenciais 2016 - Principais Erros nas Redes Sociais - Parte 1


Presidenciais 2016 - Principais Erros nas Redes Sociais - Parte 2











domingo, 31 de janeiro de 2016

A ponte para a digitalização das agências.



Há mais de duas décadas que a internet entrou nos meios de comunicação. Ainda assim, agências de publicidade e comunicação ainda buscam o modelo mais eficiente e viável financeiramente para absorver este canal.

Seja em suas estratégias, campanhas ou como um "serviço" a ser ofertado a clientes activos e prospects, atravessar a ponte para o digital sempre recaí na dúvida sobre o retorno do investimento.

Formar um departamento, contratar um executivo sênior, especialista em digital, fechar parceria com uma produtora. Qual é a melhor alternativa?

Para resumir, a resposta não está aqui.
A resposta está em três pontos que são singulares em cada empresa:
  1. A capacidade financeira.
  2. A saúde da relação com a carteira de clientes (e o processo de prospecção de novos negócios).
  3. A disposição para rever conceitos.
Por isso, nenhuma das alternativas postas acima é genericamente a melhor. Mas uma delas é a mais adequada à realidade da empresa. Vamos a elas.

Formação de um departamento.

Montar um departamento digital não é como contratar uma dupla de criação. O canal digital é plural em todas as suas nuances e não é diferente nos variados perfis profissionais necessários. Portanto, para ser pleno no digital, é necessário minimamente alguns dos cargos abaixo.

  • Atendimento e/ou Gerente de projetos.
  • Arquiteto de informação
  • Web designer
  • Redator
  • Desenvolvedor
Certamente pode-se utilizar de profissionais já contratados na empresa, mas estes precisam ter experiência prévia com o meio ou dedicarem-se a aprender, o que pode tornar-se uma tarefa longa de resultados pouco convincentes perante seus clientes. 

O ponto sensível nesta opção é o desafio de promover junto ao mercado, que a empresa tem gabarito no assunto.  Neste momento vale a boa relação com os clientes atuais para ajudar na geração de portfólio sem esforço de prospecção. 

A dica é montar o departamento de acordo com a demanda. Não se consegue ser full service da noite para o dia. Comece por serviços de retorno contínuo e resultado imediato, como criação de newsletters, peças digitais (banners) e manutenção de redes sociais. Estes serviços exigem um grupo reduzido de perfis profissionais e garante o pagamento das despesas do departamento até a agência ganhar experiência para alçar voos mais altos e saber se expor a novos clientes.

Contratação de executivo sênior

Esta é uma opção que traz receio, pois trata-se de um investimento alto num único profissional. Mas se bem feita, é a que confere maior potencial de resultado. O especialista em digital, é capaz de aplicar na agência a capacidade integradora e transversal do meio digital. Se este profissional tem perfil de liderança e experiência em novos mercados, ele o fará de forma endógena e exógena. 

Na cultura interna da empresa, ele é capaz de permear por todos os departamentos, desde de atendimento e criação até aos sócios que muitas vezes não tem o diálogo de venda deste meio bem sedimentado. Ele também consegue implantar a metodologia de desenvolvimento de projectos, cujas etapas respeitam cronogramas e testes. Muito diferente da eventual correria para entrega de peças criativas. Este profissional passa a ser o braço direito do atendimento e do tráfego para trabalhar as expectativas de clientes quando aos entregáveis e prazos.

Ao final, a empresa passa a ter um verniz de conhecimento num assunto que está ligado em todas as áreas. Gradualmente e naturalmente, esta pauta passa a ser considerada nas estratégias e dos novos projectos, que muitas vezes ocorrem em reuniões de briefing, encontros casuais e almoços com clientes.

Para os clientes da agência, o executivo da área digital consegue potencializar a comunicação e estratégias feitas em curso. Este profissional, agora permite que a agência ofereça um serviço fundamental que é a criação da estratégia de presença digital das marcas, a serem desenvolvidas à medida para cada cliente, sempre focado em resultados mensuráveis. 

O cliente também passa a ter confiança na agência para incluí-la nas concorrências de projectos digitais, pois sabe que há alguém capaz de compreender e desenvolver a melhor solução. E finalmente, este profissional é capaz de contribuir para a contratação mais assertiva de futuros profissionais para um novo departamento digital.

O ponto em questão está na produção dos projectos. Neste aspecto, muitas agências, que optam por ter um head of digital, confiam a ele a responsabilidade de formação de parcerias estratégicas com produtoras, capazes se dar vazão às demandas, sempre exigentes e com prazos apertados. Ele também fica responsável pelo controlo de qualidade dos projectos, por ter a visão holística do processo, desde o briefing até o go live.

Parceria com produtoras

Com ou sem um head of digital, a opção de parceria com uma outra agência digital ou produtora é uma alternativa bastante plausível quando o assunto é contenção de custos. 

Na associação com outra empresa há sempre a sensação da perda da força da marca da agência, que "divide" o projecto do seu cliente com outra empresa. Neste aspecto é impossível esconder esta parceria, e quem tenta, acaba por perceber que a transparência é sempre a melhor saída. 

Por isso, a escolha por uma empresa de bons antecedentes, com uma boa bagagem e equipa capaz de suprir as demandas, é um bom caminho quando não há como fazer contratações. 

Uma dica é deixar a empresa parceira realizar seu trabalho sem tentar absorver parte do projecto. Principalmente se não houver profissionais com experiência no digital. 

O importante é saber aproximar-se do processo feito pela parceira. Observe as suas soluções e processos para interpretar e aplicar o digital com a estratégia e conceito criativo já criado pela sua agência para seu cliente.

Outra dica é envolver a empresa parceira desde o início de cada projecto. O sucesso desta escolha, muitas vezes recai na compreensão das demandas sob a ótica do cliente (e não da agência) e da capacidade do parceiro de contribuir durante o processo. Mas principalmente, para que o assunto "prazo" seja discutido antes e não depois que o cliente definiu a data de entrega.

A conclusão final é que não importa o modelo, o digital é um meio importante para a sobrevivência de agências de comunicação e é preciso iniciar um processo bem planeado financeiramente e com base nas premissas anteriormente mencionadas. Vale da boa relação com os clientes para saber ouvir suas demandas com este meio e assim ajudar a traçar o melhor caminho.

Boa sorte, comente e contribua!

domingo, 22 de novembro de 2015

Andam a "falar" da sua empresa e você não sabe.


A atividade de monitorização na internet é um assunto pouco mencionado nos processo de elaboração de estratégias de comunicação e marketing. Qualquer ação, seja no meio online ou não, deve considerar uma fase de análise das menções na internet, de forma a dar direção e embasamento nas decisões.

O que é a monitorização?
Consiste num período de tempo em que busca-se na internet por palavras mencionadas pelos seus utilizadores. Este processo é feito através de softwares criados exclusivamente para o efeito, e que vasculham a internet (redes sociais, sites, blogs) de acordo com as especificações definidas para cada objetivo. As menções possuem informações decisivas. Pode-se compreender a popularidade e relevância de quem as menciona e assim dar mais importância a certos utilizadores. Pode-se saber a origem geográfica de algumas menções (varia consoante o canal) e pode-se também atribuir um sentimento às menções, como positivas, negativas e neutras.

Quanto tempo deve-se monitorizar?
O período varia de acordo com a estratégia e certamente com o budget. Há projetos em que a monitorização ocorre antes do lançamento da marca, numa fase de definições de como e para quem a marca irá se direcionar. Pode-se fazer de forma intermitente com o propósito de acompanhar a saúde da marca e performance da concorrência no sucesso da relação com seu público.

Exemplos de atividades:

1 - Lançamento de marca ou produto/serviço
Ele ainda não possui menções sobre ela, mas pode-se fazer monitorizações sobre a concorrência para buscar compreender seus pontos fracos, através das menções negativas, ou os pontos fortes e buscar alternativas na estratégia de comunicação para criar e elevar os atributos que não conflitam com os de uma empresa já bem sedimentada no mercado.

2 - Definição de estratégia de presença em redes sociais
Pode-se fazer uma comparação com os canais da concorrência. Saber quais os canais que o público-alvo está mais presente. Quais foram os posts mais bem sucedidos (que tiveram mais interações) e assim buscar uma orientação sobre a criação dos seus próprios posts e escolha de canais (Twitter, Facebook, Instagram). Após lançamento, acompanhar os utilizadores que são apoiadores e detratores da sua marca e definir estratégias de relacionamento com os mesmos.

3 - Corporações
Pode-se realizar uma análise da percepção do público sobre a marca. Para muitos stakeholders, a boa saúde da marca perante o público final é um sinal positivo e que muitas menses é mencionado em relatórios da empresa. Pode-se avaliar quem são os indivíduos ou sites/blogs/grupos que mais falam sobre a marca ou mercado, avaliar o seu grau de interferência na opinião pública e traçar estratégias de aproximação junto ao departamento de PR.

4 . Política
Neste caso, ao invés de marcas e mercados, falamos de nomes ou partidos políticos. É interessante observar a dinâmica das redes sociais em relação a este assunto, pois existe um reflexo quase que imediato das decisões, alianças e atividades dos políticos em tempo de campanha e que, através da monitorização, podem ser acompanhadas em tempo real, de forma tão eficiente quanto as pesquisas de opinião.

Monitor Eleitoral
O projeto Monitor Eleitoral, relata o exemplo acima. Trata-se de um site que exibe um painel interativo, e que relata, em tempo real, tudo o que se menciona a respeito dos principais candidatos à presidência de Portugal em 2016. O projeto, que teve seu primeiro debut nas eleições brasileiras de 2015, foi idealizado, na sua versão Portuguesa, por mim, e executados pela agência A2C, e que utiliza o software de monitorização Livebuzz, da empresa Dinamize.

www.monitoreleitoral.pt





















Por fim, os exemplos acima, dão conta da importância desta atividade, e que pode ser feita utilizando softwares pagos ou gratuitos. Algumas versões pagas, dão a oportunidade de executar um trial, o que só dali, pode-se tirar grandes conclusões. Consulte um especialista em presença digital ou uma agência sobre monitorização e acerte em cheio na sua próxima estratégia de comunicação e marketing.

Até a próxima!

domingo, 4 de outubro de 2015

A digitalização da sua empresa: Etapa 1 - Análise de mercado



Gabriel Coimbra, general manager da IDC Portugal, afirma em entrevista feita para a revista Marketeer de Setembro de 2015 (edição 230) que "Em termos globais as empresas portuguesas ainda estão muito atrasadas no que em respeito à digitalização do marketing e comunicação."

Certamente Gabriel Coimbra refere-se a uma grande parcela das empresas que ainda buscam compreender como e quando passarão a tratar o digital como um canal capaz de trazer receitas, optimizar processos e trabalhar a marca a seu favor.

O facto é que a maioria das empresas já possui um site ou uma página de Facebook. Mas pensar que estes pontos de contato sozinhos, e sem uma estratégia organizada, darão conta de trazer resultados efectivos é subjugar o potencial de concorrência e do canal digital em si como geradora de negócios.

Está na hora de parar de pensar a presença digital como um canal adjacente e passar a trincheira do "desconhecido". Não é obrigação de nenhum empreendedor conhecer tudo o que a mídia gera de buzz em tendências, novidades e estatísticas. E é compreensível que a falta ou excesso de informação acabam por desencorajar a empresa a elaborar uma estratégia minimamente coerente e fazível.

Para os donos de pequenas e médias empresas, que possuem pouca verba, é mais difícil se fazer ouvir, entre diversos canais e um enorme volume de informações que chegam ao consumidor. Mas sim, é possível criar uma estratégia de presença digital gradual, com passos curtos e precisos, que farão o mínimo necessário para posicionar a marca e deixar que o cliente perceba seu diferencial.

ROI: o verdadeiro desafio.

Para o empreendedor, que avalia meticulosamente onde irá investir seu precioso dinheiro, o maior desafio é justificar o Retorno do Investimento. Quanto mais verba dedica-se à estratégia de Presença Digital, maior será o custo por pessoa impactada.

Em Portugal estamos a falar de uma base de 7 milhões de pessoas com acesso à internet (Internet live Stats). As estatísticas apontam como 66,12% do total da população portuguesa. Concluí-se que aos poucos a internet apresentar-se-á como um reflexo da população total, mas o certo é que o público digital possui maior poder aquisitivo e possuem um padrão de procura, análise e compra, diferente daqueles que não têm acesso à internet.



O desenho acima mostra bem como o processo de compra mudou, tanto dentro quanto fora da internet, em função dos múltiplos canais digitais, ferramentas e novas formas de interagir com a marca antes da decisiva compra. Este "caminho" é percorrido cada vez mais por mais consumidores e para uma gama ainda maior de produtos e serviços.

Para conhecer mais sobre os pontos de contato digitais, há um novo documento chamado "Adobe Guide To Touchpoint Marketing". Link aqui

Para mais informações sobre o perfil online do consumidor, a leitura deste paper chamado ZMOT - momento zero da verdade (Zero MOment of Truth), criado pelo Google, é obrigatória.

Etapa 1 - Comece por conhecer seu mercado.

Comece por analisar seu mercado e colher o máximo de informações de irão nortear suas estratégias.

Uma boa dica é usar o Google Trends: uma ferramenta gratuita que permite saber o interesse sobre sua marca, mercado ou concorrentes por país, região, período e palavras correlatas, com base nas  buscas feitas no Google.

Abaixo, segue uma pesquisa feita no Google Trends para mostrar o interesse nos principais destinos turísticos nacionais. Repare no padrão de busca das pessoas através dos meses. Há mais procura no verão o que pede estratégias diferentes para os momentos de alta (qualidades, atributos, preços) e no período de baixa (descontos, pacotes, campanhas) Faça o planeamento e distribuição do seu orçamento anual com base nestes tipos de resultado.

Outra ferramenta fundamental do Google é o Analytics.
Se seu site não possui uma ferramenta para monitorar os acessos, então você não sabe quem passa na frente de sua montra digital. Instale o Analytics e espere ao menos um mês para verificar os números e inúmeros dados capazes de dar uma direcção à sua estratégia. Localização, fluxo de navegação, horário e dias da semana são dados verdadeiramente importantes para que consiga dar um tiro mais certeiro.

Segue aqui um link que ensina a instalar o código no seu site.
Talvez venha a precisar de um programador ou webdesigner para ajudá-lo.

Ouça o que falam de você.

13% das pessoas que participaram de uma pesquisa feita pela Marketest, consideram que o facto de seguir ou ser fã de uma empresa ou marca nas redes sociais tem muita influência nas opções de compra da marca. Por isso, estar nas principais redes sociais nacionais é estar onde o cliente está.

Uma etapa fundamental para delinear suas acções nas redes sociais é a monitorização de menções.
Você é capaz de descobrir sobre o que falam da sua marca e dos seus concorrentes, ou ainda do seu mercado, antes de entrar nas redes sociais. Basta ouvir primeiro. Há diversos softwares que permitem definir uma ou mais palavras e em seguida lhe dar uma relação precisa de quantas menções há num período, e em que canais sociais foram faladas. Desta forma conhecerá os pontos fracos e fortes da sua marca ou concorrência, e assim poderá antecipar-se com estratégias de exaltem suas qualidades e definir processos de intervenção para os pontos negativos.

Um dos mais populares e gratuitos é o Social Mention. Mas há programas que, apesar de pagos, atendem melhor à língua portuguesa. Listo a Wise, da Cision, a Livebuzz da empresa Dinamize e a Coosto.

Pontos de contacto digitais.



Resultado orgânico nas buscas (Google search), redes sociais, website, anúncios e muitos outros.
Agora que você tem uma noção de como o seu mercado, sua empresa e seus clientes se integram no ecossistema digital, é preciso definir quais canais você irá actuar. Saber em quais actuar e como, não fazem parte deste post. Mas o processo de decisão ficará mais fácil se antes passar pela fase da Análise.

Não limite-se a um canal.

Consiga ver sua estratégia como uma longa estrada, com várias vias. A dinâmica da presença digital é enorme, pois a cada dia novos canais surgem e outros morrem. A dica é perpetuar o processo de análise, sendo que algumas deve ser feitas mensalmente e outras em períodos mais espaçados.

O erro é manter-se focado num só canal. A exemplo de empresas que optam por fazer uma página de Facebook como seu site oficial. Erro crasso! Por mais que 94% dos utilizadores de redes sociais terem conta no Facebook, o público local que possui uma página ronda os 5 milhões (de um total de 7 milhões). Mesmo que sua página possa ser vista por utilizadores que não possuam conta no Facebook, não recomenda-se usar um canal social como website, para que haja condições de trabalhar adequadamente o melhor dos dois mundos de forma integrada e abrangente.

Enfim, o desafio é conseguir atender seu cliente, o que significa trazer algo de pertinente, seja sobre seu produto, sobre seu mercado, sobre informações ou serviços que ajudem seu cliente em algum aspecto. Isso faz parte da Etapa 2 - A activação de sua presença digital, que fica para um post futuro.

Não tenho tempo e nem equipa.

Bem, se sua empresa não tem o perfil de contratar uma equipa de comunicação e marketing, considere separar uma verba para contratar uma agência que elabore um planeamento estratégico de presença digital. Veja aqui meu post sobre dicas de como contratar uma agência.

Em breve, a segunda etapa da digitalização.







Estatísticas Facebook - Portugal (Agosto 2015)




A empresa de estatísticas em redes sociais Social Bakers, produziu seu último relatório de redes sociais para Portugal, com dados de Agosto de 2015.

A análise de dados de redes sociais é parte integrante da estratégia de marketing digital e contribui para uma percepção holística das ações que trazem mais retorno em virtude do maior engajamento de seu público, seja pela aquisição de novos fãs seja pela interacção com eles.

As principais marcas portuguesas e o retalho.

Continente é a marca que consegue atingir impressionantes 1 560 375 seguidores em Portugal, um total aproximado de 35% do total de fãs de Facebook do país, que foi estimado em julho de 2014 como 4,29 milhões (Marketest). 

As outras marcas do ranking são MEO, NOSSamsung e o site de empregos Net-Empregos.

Empresas de retalho são naturalmente as mais activas, mas vê-se que as empresas Telecom possuem grande parte da atenção do público local.







Análise da concorrência no retalho

No ranking das páginas de retalho com maior quantidade de fãs, a seguir do Continente no ranking, vem a loja de electro domésticos Worten (que também é do mesmo grupo) e o supermercado Lidl.


Analisando cada uma das páginas vê-se que as marcas postam em média 1 post por dia (Worten tem dias que posta 3), com pautas variadas, que vão de receitas, promoções, eventos sociais, num mix que agrada o público, por trazer tanto informações úteis, quanto serviços e descontos. Esta abordagem multi-assuntos é importante para conseguir mensurar quais conteúdos mais engajam. A quantidade de post é um assunto para outro dia, mas em suma, vai depender da sua estratégia e tipo de conteúdo. Perceba que muitas vezes vale mais 1 post que seja muito bem elaborado, do que 3 razoáveis.

Crescimento mensal de fãs.

Um benchmark importante de se avaliar é o percentual de crescimento mensal.
Esta análise, junto com a avaliação dos posts que mais trouxeram likes, serão seu norte de avaliação da saúde de sua estratégia de conteúdos digiais.

Compare seu crescimento com o da concorrência. Veja o que fizeram e que proporcionou uma melhor ou pior performance que a sua. Há ferramentas que fazem este tipo de análise, inclusive o próprio Facebook.

Veja abaixo a tabela de crescimento das marcas e as tenha como indicador. Mas tenha em mente que quanto mais pessoas passam a segui-lo, mais difícil é manter o percentual. Busque comparar-se com marcas que estejam dentro da sua realidade.
  • Continente (total de 1.749171 fãs)  - cresceu 0,1%
  • Ikea (total de 420625 fãs)  - cresceu 3%
  • Lidl  (total de 685828 fãs)  - cresceu 2,8%
  • De Borla (total de 247471 fãs)  - cresceu 6,2%
  • Media Markt (total de 263330)  - cresceu 3,9%
Quem segue, um segue outro.

Um dado interessante é que naturalmente é de se esperar que muitos seguidores estejam simultaneamente em duas ou mais páginas. A quantidade média de páginas que uma pessoa segue varia por país, mas é de se esperar que em Portugal chegue até a 20 (mesma que o Brasil). O desafio para a sua marca é fazer com que você seja mais uma marca nesta lista, Veja este link sobre o assunto no site da Social Times (em inglês).

Para fechar.

Considere realizar uma análise de performance de redes sociais um vez por mês ou a cada dois meses dependendo do seu nível de investimento no canal. Há ferramentas com a própria Social Bakers, que trazem dados importantes sobre o mercado e sobre a performance das suas acções e de seus concorrentes directos.

Bom surf!

Links pesquisados:
www.netscope.marktest.pt
http://www.marktest.com/wap/a/n/id~1d7f.aspx
www.socialbakers.com/statistics/facebook/pages/total/portugal
http://www.adweek.com/socialtimes/how-many-pages-does-the-average-facebook-user-like/418322

sábado, 26 de setembro de 2015

Escolha a sua próxima agência


A escolha de uma agência digital ou de comunicação e publicidade não deveria ser uma tarefa fácil. Muitos arrependem-se da decisão depois, muito pela pouca informação sobre questões importantes a serem consideradas. 

Quando a empresa tem pouca verba, esta decisão passa a ter contornos visceralmente emotivos. Erroneamente, o cliente pensa que a verba poderia estar a ser investida em melhorias mais tangíveis na empresa, e o dono vê-se a dar seu suado dinheiro a uma prestadora de serviços, cujo resultado é futuro e incerto.


"Criação sem divulgação é como fazer a festa e não chamar os amigos".

A relação entre cliente e agência não precisa ser um namoro entre porcos-espinho.
Por isso listarei alguns pontos a serem considerados e compreendidos para que a decisão seja tomada sabiamente.

Saber separar a verba
Criação sem divulgação é como fazer a festa e não chamar os amigos. 
Você precisa ter uma verba que inclua tanto o fee da agência quanto a verba de divulgação. Parte do desafio é saber qual estratégia de comunicação gera mais resultados com menos verba de divulgação. Você não terá esta resposta antes da sua primeira campanha, mas a boa agencia saberá lhe indicar os melhores caminhos com base em estudos de caso. Os custos relacionados à comunicação sempre acabam por extrapolar. O custo de gráfica, de hospedagem de site, de ilustração, são alguns eemplos que não estão contemplados no valor da agência.

"Quanto você tem?"
O cliente dizer verba para a agência é uma prática pouco comum em PMEs, mas que ajuda a avaliar como elaborar a estratégia de comunicação para a sua empresa. O seu sucesso é também o sucesso da agência e está directamente ligada à perpetuação da relação. A transparência é o maior trunfo que pode haver entre uma empresa e uma agência. Não refugue se a agência lhe fizer esta pergunta.


"A relação entre cliente e agência não precisa ser um namoro entre porcos-espinho".

Foco em resultados
Prémios na prateleira e portfólios bonitos mostram o valor da agência pela sua capacidade potencial de expor a sua marca. Mas cuidado. Acima deste ponto é importante avaliar a capacidade da agência em prover resultados. Busque apoiar-se numa empresa que tenha em seu core a busca por trazer retorno e isso vê-se no discurso de vendas, na abordagem do website e nos cases de sucesso.

Neste aspecto há grande frustração por parte do cliente, que atribui a contratação de uma agência ao aumento direito das vendas. É lógico que, dependendo da campanha e dos objetivos traçados, isso pode e deve ser almejado, mas os resultados devem ser vistos em outras esferas: aumento da base de leads, redução dos contactos telefônicos, índice de satisfação do cliente são alguns poucos exemplos, dentre tantos outros, que são perfeitamente mensuráveis e contribuem indiretamente para o aumento da vendas.

Saber como a agência cobra
Não existe uma regra geral e varia de acordo com cada agência, mas aqui vão algumas práticas.

Quantidade de peças
A agência define, com base na sua verba, ou na estratégia proposta, uma quantidade de peças gráficas a serem criadas no período da contratação ou mensalmente. Supostamente há uma defesa da agência para suportar a quantidade proposta, caso contrário desconfie. O ponto aqui é saber o custo da peça adicional e o que acontece se a quantidade pretendida não for atingida. Quanto mais flexibilidade para o cliente, melhor.

Banco de horas
Mais aplicado às agências digitais, este modelo atribui um preço a cada profissional envolvido com a sua conta. Depois oferece um banco de horas, que significa um saldo a ser utilizado num período mensal ou prazo total do contrato. Como esta solução traz uma relação muito próxima do dinheiro para tudo o que é criado, algumas agências criam tabelas de horas por peças, a exemplo de banners, newsletters ou  páginas do seu website. Sobre este modelo, também vale perguntar quanto custa a hora extra e o que é feito se as horas não forem 100% utilizadas.

Vale tudo
Já tive contato com agências que deixavam o processo de criação "rolar solto".
Não vejo com bons olhos, pois mostra ou que a agência tem pouco controle sobre a capacidade de eficiência de seus funcionários, ou porque está com pouco cliente.

Fidelidade
No mercado de agências que trabalham com pequenas contas, uma boa parcela trabalha mais no início da relação do que nos meses seguintes. A agência bem preparada propõe-se a fazer uma imersão na sua empresa para buscar uma estratégia coerente, e usa várias tentativas até se chegar numa  comunicação adequada para divulgar sua marca. Usa-se mais tempo e integrantes da equipa. Por isso algumas exigem alguns meses de fidelidade. Outras exigem aviso prévio de X meses. É justo! Mas lembre-se de perguntar como funciona o modelo.

Conheça a agência
Visitar as instalações é uma ótima maneira de verificar o ambiente de trabalho onde sua próxima campanha será criada. Tenha especial atenção às competências de cada profissional. Uma agência deve ter uma equipa mínima capaz de prover aquilo que se propõe a realizar como competência core. Novamente, a transparência da agência em expor aquilo que terceiriza é um bom gesto a ser considerado.

Por fim, a maior dica que dou é buscar estreitar a relação.
Manter reuniões periódicas é saudável para alinhar os processos e analisar resultados.
Quando a relação é boa, a agência faz mais pelo cliente e o cliente consegue ver isso nos olhos.

Boa procura!